Encontro inaugura microscópio de última geração no Cenabio
Publicado por Assessoria de Comunicação, com informações da Faperj.
Começa hoje, 17 de junho, o VII Simpósio do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Biologia Estrutural e Bioimagem (INBEB), com o tema “Frontiers of Biostructure: Dialogs on Structural Biology and Bioimaging”. A programação reúne alguns dos principais pesquisadores no campo da biologia estrutural e bioimagem, de países como Inglaterra, EUA, Alemanha e Argentina. O evento vai até dia 19, no Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (IDOR) e na Inovateca, no Parque Tecnológico da UFRJ.
A entrada é gratuita e os ouvintes não precisam fazer inscrição, mas a entrada está sujeita à lotação dos locais. Veja a programacão completa em: https://seminariosinbeb.wixsite.com/inbebsymposium/program
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Novo microscópio
O encontro marca também a inauguração de um novo equipamento de crio-microscopia eletrônica de última geração, destinado a projetos multiusuários. Segundo o coordenador do INBEB, Jerson Lima da Silva, também pesquisador da UFRJ e presidente da FAPERJ, o aparelho proporciona uma nova forma de se estudarem moléculas.
“Esse microscópio representa um avanço tão significativo na biologia molecular, que fez seus criadores receberem o Prêmio Nobel em 2017. Ele permite congelar moléculas em movimento e visualizá-las em imagens tridimensionais de alta resolução”, relata Jerson. “Então, convidamos alguns pesquisadores de outros países, que apresentarão seus trabalhos, usando os últimos avanços nessa tecnologia para demonstrar o potencial que ela pode oferecer aos nossos cientistas no Brasil.”
Destaques da programação
Entre os palestrantes está Fengbin Wang, da Universidade do Alabama em Birmingham, EUA. Wang compartilhará pesquisas recentes sobre nanofios – fios diminutos que conduzem eletricidade em microrganismos. Essas estruturas têm grande potencial biotecnológico, em bioenergia, como baterias carregadas por microrganismos, ou na fabricação de eletrônicos em escala nanométrica. Recentemente, a equipe de Wang usou a crio-microscopia eletrônica para identificar novos microrganismos com essas estruturas elétricas, mostrando que são mais comuns do que se imaginava e mais fáceis de se cultivar em laboratório, facilitando assim futuras pesquisas e aplicações.
No segundo dia do evento, a pesquisadora Maria Grazia Spillantini, da Universidade de Cambridge, mostrará vários de seus resultados com o uso da tecnologia de crio-microscopia eletrônica, incluindo o estudo de uma doença genética rara, chamada sinucleinopatia de início juvenil. Sua equipe analisou as anomalias causadas pela mutação na proteína α-sinucleína e observaram um novo padrão, diferente dos encontrados em outras doenças relacionadas à mesma proteína. Essas descobertas fornecem uma melhor compreensão de como a mutação pode levar ao desenvolvimento da doença, oferecendo novos caminhos para estudar e, possivelmente, avançar no tratamento dessa condição rara.
O encontro espera reunir cerca de 200 participantes e contará com 13 palestrantes nacionais da UFRJ, IDOR, Universidade de São Paulo (USP), da Universidade de Brasília (UnB) e do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), em Campinas. Os seis palestrantes internacionais são da Universidade de Cambridge, na Inglaterra; do Colégio Universitário de Londres (UCL), na Inglaterra; da Universidade do Alabama em Birmingham, EUA; da Universidade Médica de Göttingen, na Alemanha; e do Laboratório Max Planck de Rosário, na Argentina.
O INBEB
O INBEB é uma rede de pesquisa que reúne mais de 100 pesquisadores, além de estudantes de graduação e pós-graduação, distribuídos em 20 laboratórios associados em diferentes estados do Brasil e sediada no Centro Nacional de Biologia Estrutural e Bioimagem (Cenabio), da UFRJ. A rede é focada no uso de imagens para estudar as bases moleculares, celulares e fisiológicas de diversas doenças e seus respectivos agentes causadores. Uma das premissas do INBEB é criar pontes entre a pesquisa básica e a clínica, e, assim, avançar contra doenças que afligem a sociedade. Nos últimos anos, a rede vem atuando em temas como Covid-19, Zika, Dengue e outras viroses, cânceres e doenças neurodegenerativas, entre outros.